Em São José do Cerrito, planalto catarinense, uma equipe de pesquisadores coordenados pelo padre jesuíta Pedro Ignácio Schmitz da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos-RS) vem trabalhando numa série de estruturas subterrâneas que foram encontradas na região, segundo os arqueólogos trata-se do maior conjunto de casas ou abrigos subterrâneos localizados até agora no país. As estruturas que foram datadas em cerca de 1000 anos guardam vestígios das populações nativas que habitaram o planalto catarinense em tempos pré-colombianos, uma verdadeira "cidade perdida " que está sendo desenterrada desde 2007 quando o padre Ignácio começou os trabalhos de investigação no local. Já foram encontradas mais de 200 estruturas algumas medindo 7 metros de profundidade por 20 de diâmetro, e ainda há muito mais a se descobrir afirmam os pesquisadores que são financiados pela UNISINOS-RS e pela UNISUL-SC. Além da descoberta desse imenso patrimônio histórico, o trabalho vem contribuir para a preservação desses tipos de sítios tão ameaçados como alerta Maria José de Reis:
"As casas subterrâneas, a exemplo do que vem ocorrendo com numerosos sítios do Brasil estão seriamente ameaçadas de destruição pela intensificação das atividades agrícolas e a total ignorância ou descaso da população brasileira a respeito do valor destes documentos arqueológicos para conhecimento da nossa pré-história".
"As casas subterrâneas, a exemplo do que vem ocorrendo com numerosos sítios do Brasil estão seriamente ameaçadas de destruição pela intensificação das atividades agrícolas e a total ignorância ou descaso da população brasileira a respeito do valor destes documentos arqueológicos para conhecimento da nossa pré-história".
Em 2007 o Grupo de Estudos Manoa visitou uma série de "buracos de índios" como são chamadas as estranhas galerias subterrâneas existentes em um morro próximo a praia da Solidão, no sul da Ilha de Santa Catarina. Na ocasião constatamos que o sítio estava muito prejudicado devido a ação dos moradores locais que por falta de conhecimento acabaram fechando algumas das entradas ou abrigos para evitar que animais de criação como bois e vacas caíssem dentro dos buracos. No local foram encontrados vestígios de cerâmicas antigas, conforme relatou o proprietário do terreno. Trata-se de um exemplo de abandono de um importante sítio arqueológico do estado de Santa Catarina.
Para saber mais:
http://arqueologiamericana.blogspot.com
Reis, Maria José. As Casas subterrâneas em Santa Catarina. Anais do Museu de Antropologia da UFSC. Florianópolis. Ed. UFSC 1971 p.113.
Escavações em Cerrito Fotos: Vani boza - Clic RBS
Abrigos subterrâneos na Ilha de Santa Catarina