Expedições Fluviais - Rio Parati


  Em Janeiro os viajantes da equipe Manoa de exploração náutica e fluvial remaram pelas águas do Rio Parati para visitar as ruínas da “Casa velha” em Araquari/SC. 
  Cercada de lendas e mistérios, estas antigas ruínas remontam séculos de história da ocupação das regiões próximas a Baía da Babitonga no norte de Santa Catarina.
  Na localidade de Morro Alto, nas cercanias do Rio Parati, encontram-se as ruínas de uma antiga construção conhecida pelos moradores locais por “casa velha”.
   Protegida por manguesais, as ruínas que estão localizadas em uma área isolada, estão cercadas de lendas e estórias contadas pelos pescadores que respeitam muito o local. Para os antigos moradores de Araquari, as ruínas centenárias teriam sido construídas por escravos e pertenceram aos padres Jesuítas que no tempo das missões já conheciam a região descrita como “Aracari” em um mapa do século XVII.
  
  Os registros históricos dão conta que os primeiros açorianos chegaram na região a partir de 1658, vindo de São Francisco do Sul. A professora mestre Maria Moreti escreveu a respeito dos primeiros moradores que se fixaram as margens do Parati:

“Em 1848 chegava a Araquari, Joaquim da Rocha Coutinho, senhor de escravos. Ao chegar, Rocha Coutinho já encontrou estabelecido à margem esquerda do rio Parati, o português Manoel Viera. Os dois decidiram fundar uma vila, mas não conseguiram chegar a um acordo quanto ao local. O Juiz da Comarca de São Francisco decidiu em favor de Rocha Coutinho que mandou construir casas às margens do rio Parati, cercando pastagens e plantações”. 


  Uma análise superficial das ruínas nos permite dizer que as paredes muito desgastadas ainda estão de pé, porém muito ameaçadas pelas intempéries e a depredação humana provocada por vândalos e caçadores de tesouro que tem escavado no local, baseando-se em uma crença popular de que padres da companhia de Jesus teriam escondido um precioso tesouro naquela região, o que nunca foi encontrado.
  Fica um alerta para os interessados, da necessidade de conservar estas ruínas, e incluí-las ao patrimônio cultural do estado, pois são vestígios e memórias da nossa história.

Wlademir Vieira

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