Sambaquis e Zoólitos
Sambaqui vem do guarani e significa monte de conchas: Tamba = conchas e ki = monte. São encontrados em todo o litoral brasileiro. Na região de Laguna (Laguna) e na Baía da Babitonga (São Francisco do Sul) localizam-se os maiores sambaquis do mundo, que chegam a alcançar 40 metros de altura por centenas de metros de comprimento. Foram construídos na pré-história nos locais onde viviam povos caçadores, pescadores e coletores.
É possível encontrar na camada superior dos sambaquis indícios de ocupação do grupo horticultor Guarani que ali se fixaram aproximadamente 1000 anos antes da 'conquista' do Brasil pelos portugueses. Os Guaranis praticavam a agricultura e desenvolveram a cerâmica feita de argila cozida, de formas variadas, utilizadas para armazenar água e alimentos. Em urnas de cerâmica enterravam seus mortos, junto com alguns presentes. Também fabricavam cachimbos de barro, machados de pedra usados para derrubar árvores e fabricar canoas, e vários outros objetos de uso desconhecido para os arqueólogos.
Os habitantes dos sambaquis tinham uma altura média de 1,60m e viviam não mais do que 40 anos. Em alguns esqueletos foi encontrado uma enfermidade no ouvido, comum nos mergulhadores profissionais. Acredita-se, por isso, que os sambaquianos praticavam a pesca de mergulho. Possuíam acentuado desgaste dentário devido a ingestão de alimentos rijos e de movimentos rigoroso e intensos na mastigação . Gostavam de se enfeitar com pingentes e colares feitos de pedras, conchas, vértebras de peixe, dentes de porco do mato, tubarão, jacarés, etc.
Os zoólitos são peças elaboradas em pedra polida que representam animais como raia, tubarão, baleia, boto, coruja, jacaré etc; utilizadas em rituais. Algumas peças apresentam uma cavidade ventral para elaboração de corantes. Os zoólitos possivelmente eram peças de prestígios, sendo utilizadas muitas vezes, como acompanhamento funerário.
Máscara de Curandeiro
material: madeira, pele de macaco e crina de cavalo
Acervo: Museu Anita Garibaldi (Laguna/SC)
Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville (Joinville/SC)
Texto:
Pedro Ignácio Schmitz - 1991
Norberto Luiz Guarniello – 1994
Jonathas Kistner - Grupo de Estudos MANOA
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