C.E.M.C. (Centro Excursionista Monte Crista)
Saudações Monte Cristenses!
Era desta maneira que um dos grupos precursores, se não a vanguarda do montanhismo em Santa Catarina, chamava os seus pares e a comunidade.
Fundado em 20 de novembro de 1948, registrado em 19 de julho de 1950 na cidade de Joinville/SC.
Nesta ocasião, a sua diretoria, sendo formado por:
Egon Schultz; Conrad Jaeckel; Alexandre Wittwer; Renatus Walther; Carlos Horst Schneider; Gastão Affonso Reu e Alfredo Biese.
O grupo excursionista da família "Monte Cristense".
Foto: M. Prugner
Na forma de sociedade organizada, eram suas finalidades:
Incentivar e promover a cultura física; Promover e auxiliar a abertura e conservação de caminhos que levam à pontos pitorescos, fincando marcos e tabuletas indicativas; Construir, onde melhor convier, estações de pouso e de abrigo; Auxiliar aos que se empenham no estudo e no conhecimento da botânica, zoologia, e mineralogia brasileira; Propagar as regiões interessantes de Santa Catarina e do Brasil, despertando a curiosidade de conhecê-las; Manter uma biblioteca; Pleiter junto as empresas das regiões propicias ao excursionismo, certas regalias, que facilitem e incentivem as excursões e respectivos alojamentos; Colaborar com as entidades oficiais, na defesa do matrimônio turístico, artístico, florestal, e bem assim, no combate ao ofidismo e a malária.
Nota-se que os jogos de azar e carteados com apostas em dinheiro, eram proibidos dentro da sede social, como também durante as excursões!
Assim como eram proibidas reuniões de caráter político e religioso assim como suas discussões!
O emblema para uso das publicações, tem a forma de um globo, tendo ao centro os três picos do “Monte Crista”, encimadas pelas letras C.E.M.C.
Levando o lema “Fazemos excursões para melhor conhecer as belezas naturais da nossa querida pátria”.
Da admissão de novos sócios, era feita por votos e pedia-se boa reputação.
Deve-se grandes agradecimentos quanto ao hábito do grupo de anotar suas saídas de campo ou como chamavam de “excursões”. Tais cadernetas/boletins não deixam de ser grande fonte de pesquisas, indicam aos que seguem no mesmo objetivo, trabalhos a serem continuados.
Para quem é familiarizado com a região do Monte Crista – Garuva/SC, talvez tenhamos nessas cadernetas nossa primeira indicação escrita da “pedra de inscrições” datado de 1959. “Durante esse passeio encontramos uma estranha inscrição numa pedra, a qual um dos componentes, bateu três fotos”.
Boletins informativos década de 50: C.E.M.C (Centro Excursionista Monte Crista):
Méritos ao belíssimo emprego da língua portuguesa:
“No descortínio daquela vastidão, de muitos verdes(...) vestida de rios e aguadas escorrendo pelas encostas, brilhando qual prata ao reflexo solar; no ouvir melodioso, longínquo e disperso dos cantares da passarada, trazidos pela brisa leve que esvoaçava os cabelos macios das garotas, e mais o arrumar dos pertences da faina do arranjo para o pernoite, o tempo voou”.
“E assim íamos vagando, entre sonhos, cipós, suor e ramarias, até ao encontro com a misterioso escadaria de duro granito, tingido por verde musgo e sujo por destroços vegetais arrastados pelas enxurradas”. (Chaminé - outubro de 1959).
Em meados da década de 50, percebe-se, a prática de queimadas e pastoreio pelas regiões de campos de altitude, ademais, a mística que acompanha a região já tem seus primeiros relatos a mais de 60 anos, assim como, já observavam outros habitantes daquelas paragens, além dos 'serranos' conforme segue:
“Então, notamos com surpresa, que teríamos companhia em nossa peregrinação pelas montanhas: Eram os serranos em sua labuta de queimar os campos e reconstruir o rancho semi-desabado. Alegres e joviais, foram bons companheiros, especialmente a noite, quando todos nos reunimos na fogueira, contando histórias e lendas sobre aquelas paragens, onde os fatos sobrenaturais eram narrados com frequência, vividos por muito dos presentes”.
“Foi num desses debates interessantíssimos, em nossa segunda noite entre eles, justamente quando falávamos dos bugres, assíduos habitantes que há poucos anos atrás ainda caçavam naqueles vastos campos, fomos surpreendidos pelo arremesso de pedras no meio do grupo, atingindo alguns e batendo nas panelas com grande estardalhaço! Imediatamente nossos fachos varreram os arredores a procura do autor da pilhéria, mas nada. Foi então que veio a explicação dos vaqueanos: São os 'compadres', ou sejam, os bugres, meio civilizados, ainda nômades e que muitas vezes percorrem a serra, gostando de assustar os brancos”.
Um grupo de excursionistas em frente do pico "Monte Crista".
Foto: Alfredo Briese - Dezembro 1959
Paisagem dos campos após o pico do "Monte Crista",
vendo-se nos fundos o rancho dos vaqueiros. Set/1960
Foto: D.M.
E ficam, com o tempo, as expectativas de encontrar os pontos tão comentados por aquelas regiões montanhosas, assim como a tarefa de lutar pela preservação do local, desafio as próximas gerações.
“Para o domingo, dia 14, havíamos programado conhecer a Casa de Pedras, uma das mais notáveis formações rochosas da região, segundo narrativa, contendo labirintos e túneis de proporção enormes".
Fica a pequena homenagem do Grupo de Estudos Manoa a estes que muito colaboraram para a preservação do Monte Crista.
Jonathas Kistner - Grupo de Estudos Manoa
Fonte: Arquivo Histórico de Joinville.
Era desta maneira que um dos grupos precursores, se não a vanguarda do montanhismo em Santa Catarina, chamava os seus pares e a comunidade.
Fundado em 20 de novembro de 1948, registrado em 19 de julho de 1950 na cidade de Joinville/SC.
Nesta ocasião, a sua diretoria, sendo formado por:
Egon Schultz; Conrad Jaeckel; Alexandre Wittwer; Renatus Walther; Carlos Horst Schneider; Gastão Affonso Reu e Alfredo Biese.
O grupo excursionista da família "Monte Cristense".
Foto: M. Prugner
Na forma de sociedade organizada, eram suas finalidades:
Incentivar e promover a cultura física; Promover e auxiliar a abertura e conservação de caminhos que levam à pontos pitorescos, fincando marcos e tabuletas indicativas; Construir, onde melhor convier, estações de pouso e de abrigo; Auxiliar aos que se empenham no estudo e no conhecimento da botânica, zoologia, e mineralogia brasileira; Propagar as regiões interessantes de Santa Catarina e do Brasil, despertando a curiosidade de conhecê-las; Manter uma biblioteca; Pleiter junto as empresas das regiões propicias ao excursionismo, certas regalias, que facilitem e incentivem as excursões e respectivos alojamentos; Colaborar com as entidades oficiais, na defesa do matrimônio turístico, artístico, florestal, e bem assim, no combate ao ofidismo e a malária.
Nota-se que os jogos de azar e carteados com apostas em dinheiro, eram proibidos dentro da sede social, como também durante as excursões!
Assim como eram proibidas reuniões de caráter político e religioso assim como suas discussões!
O emblema para uso das publicações, tem a forma de um globo, tendo ao centro os três picos do “Monte Crista”, encimadas pelas letras C.E.M.C.
Levando o lema “Fazemos excursões para melhor conhecer as belezas naturais da nossa querida pátria”.
Da admissão de novos sócios, era feita por votos e pedia-se boa reputação.
Deve-se grandes agradecimentos quanto ao hábito do grupo de anotar suas saídas de campo ou como chamavam de “excursões”. Tais cadernetas/boletins não deixam de ser grande fonte de pesquisas, indicam aos que seguem no mesmo objetivo, trabalhos a serem continuados.
Para quem é familiarizado com a região do Monte Crista – Garuva/SC, talvez tenhamos nessas cadernetas nossa primeira indicação escrita da “pedra de inscrições” datado de 1959. “Durante esse passeio encontramos uma estranha inscrição numa pedra, a qual um dos componentes, bateu três fotos”.
Boletins informativos década de 50: C.E.M.C (Centro Excursionista Monte Crista):
Méritos ao belíssimo emprego da língua portuguesa:
“No descortínio daquela vastidão, de muitos verdes(...) vestida de rios e aguadas escorrendo pelas encostas, brilhando qual prata ao reflexo solar; no ouvir melodioso, longínquo e disperso dos cantares da passarada, trazidos pela brisa leve que esvoaçava os cabelos macios das garotas, e mais o arrumar dos pertences da faina do arranjo para o pernoite, o tempo voou”.
“E assim íamos vagando, entre sonhos, cipós, suor e ramarias, até ao encontro com a misterioso escadaria de duro granito, tingido por verde musgo e sujo por destroços vegetais arrastados pelas enxurradas”. (Chaminé - outubro de 1959).
Em meados da década de 50, percebe-se, a prática de queimadas e pastoreio pelas regiões de campos de altitude, ademais, a mística que acompanha a região já tem seus primeiros relatos a mais de 60 anos, assim como, já observavam outros habitantes daquelas paragens, além dos 'serranos' conforme segue:
“Então, notamos com surpresa, que teríamos companhia em nossa peregrinação pelas montanhas: Eram os serranos em sua labuta de queimar os campos e reconstruir o rancho semi-desabado. Alegres e joviais, foram bons companheiros, especialmente a noite, quando todos nos reunimos na fogueira, contando histórias e lendas sobre aquelas paragens, onde os fatos sobrenaturais eram narrados com frequência, vividos por muito dos presentes”.
“Foi num desses debates interessantíssimos, em nossa segunda noite entre eles, justamente quando falávamos dos bugres, assíduos habitantes que há poucos anos atrás ainda caçavam naqueles vastos campos, fomos surpreendidos pelo arremesso de pedras no meio do grupo, atingindo alguns e batendo nas panelas com grande estardalhaço! Imediatamente nossos fachos varreram os arredores a procura do autor da pilhéria, mas nada. Foi então que veio a explicação dos vaqueanos: São os 'compadres', ou sejam, os bugres, meio civilizados, ainda nômades e que muitas vezes percorrem a serra, gostando de assustar os brancos”.
Um grupo de excursionistas em frente do pico "Monte Crista".
Foto: Alfredo Briese - Dezembro 1959
Paisagem dos campos após o pico do "Monte Crista",
vendo-se nos fundos o rancho dos vaqueiros. Set/1960
Foto: D.M.
E ficam, com o tempo, as expectativas de encontrar os pontos tão comentados por aquelas regiões montanhosas, assim como a tarefa de lutar pela preservação do local, desafio as próximas gerações.
“Para o domingo, dia 14, havíamos programado conhecer a Casa de Pedras, uma das mais notáveis formações rochosas da região, segundo narrativa, contendo labirintos e túneis de proporção enormes".
Fica a pequena homenagem do Grupo de Estudos Manoa a estes que muito colaboraram para a preservação do Monte Crista.
Jonathas Kistner - Grupo de Estudos Manoa
Fonte: Arquivo Histórico de Joinville.
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